Patologias
Aneurisma

Um aneurisma cerebral, também conhecido como aneurisma intracraniano, é uma dilatação anormal em um vaso sanguíneo do cérebro, como se fosse um balão ligado no vaso sanguíneo.
Estudos indicam que o surgimento e crescimento de aneurismas cerebrais estejam relacionados com a pressão arterial em uma área mais frágil da parede do vaso. Imagine como se fosse um cano que está frágil e acaba se rompendo com a pressão da água.
Nesse caso, quando há vazamento ou rompimento do aneurisma, ocorre sangramento no cérebro, o que é chamado de acidente vascular (AVC) hemorrágico. Na maioria das vezes, a ruptura do aneurisma cerebral acontece no espaço entre o cérebro e as meninges, finas capinhas que envolvem o cérebro. Esse tipo específico de AVC hemorrágico é chamado de hemorragia subaracnóide.
Apesar de serem comuns, a maioria dos aneurismas cerebrais não representam um risco grave, especialmente se forem pequenos. Na verdade, a maior parte deles sequer se rompe, não causando sintomas ou problemas de saúde perceptíveis. Geralmente os aneurismas cerebrais são identificados durante exames realizados para investigar outras condições.
Todavia, a ruptura de um aneurisma se torna rapidamente uma ameaça à vida e requer atendimento médico imediato.
Para aneurismas que não romperam, o tratamento pode ser adequado em certos casos e visa justamente prevenir uma ruptura futura.
Fatores de Risco
Diversos fatores podem contribuir para o enfraquecimento da parede arterial, aumentando o risco de formação ou ruptura de aneurismas cerebrais. Alguns desses fatores se desenvolvem ao longo do tempo, enquanto outras condições estão presentes desde o nascimento.
Os principais fatores de risco incluem:
- Idade: Aneurismas cerebrais podem ocorrer em qualquer idade, mas são mais frequentes entre adultos de 30 e 60 anos.
- Sexo: Mulheres são mais propensas a desenvolver aneurismas cerebrais do que homens.
- Tabagismo: Fumar aumenta o risco de formação e ruptura de aneurismas.
- Hipertensão: A pressão arterial alta enfraquece as artérias favorecendo a formação de aneurismas.
- Uso de drogas: O uso particularmente de cocaína, eleva a pressão arterial favorecendo o desenvolvimento de aneurismas.
- Consumo excessivo de álcool: O álcool também contribui para o aumento da pressão arterial.
- Doenças hereditárias do tecido conjuntivo: Condições como a síndrome de Ehlers-Danlos fragilizam os vasos sanguíneos.
- Doença renal policística: Esta doença genética leva à formação de cistos nos rins o que também leva ao aumento da pressão arterial.
- Coartação da aorta: Estreitamento da aorta, a principal artéria responsável por transportar sangue rico em oxigênio do coração para o corpo.
- Malformação arteriovenosa cerebral (MAV): Conexão anormal entre artérias e veias no cérebro, comprometendo o fluxo sanguíneo.
- Histórico familiar de aneurisma cerebral: O risco de aneurismas cerebrais aumenta significativamente se você tem parentes próximos, como pais, irmãos ou filhos, que já sofreram dessa condição, especialmente quando dois ou mais membros da família são afetados.
- Pessoas com histórico familiar podem conversar com o médico sobre a possibilidade de realizar exames de triagem para aneurismas.
- Trauma na cabeça e infecções sanguíneas específicas: Em alguns casos, aneurismas podem surgir após traumatismos cranianos ou devido a certos tipos de infecções sanguíneas.
Diversos fatores podem aumentar o risco de ruptura de um aneurisma já existente, tais como:
- Tamanho do aneurisma (quanto maior, maior o risco);
- Localização do aneurisma (determinadas áreas do cérebro apresentam maior risco de ruptura);
- Tabagismo;
- Hipertensão arterial não controlada.
Tipos de Aneurismas Cerebrais
1. Aneurisma Sacular: é o tipo mais comum de aneurisma, chamado assim por sua semelhança com um saco ou balão preso ao vaso. Geralmente se forma nas artérias da base do cérebro.

2. Aneurisma Fusiforme: Diferente do aneurisma sacular, este tipo é caracterizado por uma dilatação uniforme do vaso sanguíneo.

Sintomas de Aneurismas Cerebrais
A maioria dos aneurismas cerebrais não rompidos, ou rotos, não causam sintomas, principalmente se forem pequenos. Apesar disso, um aneurisma não rompido que comprime o tecido cerebral ou nervos pode provocar dor e outros sintomas.
No entanto, a ruptura de um aneurisma é uma situação crítica e costuma causar uma forte dor de cabeça. Outros sintomas incluem:
- Dor acima e atrás de um olho;
- Pupila dilatada;
- Alterações na visão, incluindo visão dupla;
- Dormência em um lado do rosto.
Sintomas de Aneurisma Roto
A ruptura de um aneurisma é caracterizada por uma dor de cabeça súbita e intensa, frequentemente descrita como a pior dor de cabeça já sentida pela pessoa.
Além da dor de cabeça forte, outros sintomas de ruptura incluem:
- Náusea e vômito;
- Rigidez na nuca;
- Visão embaçada ou dupla;
- Sensibilidade à luz;
- Convulsão;
- Pálpebra caída;
- Perda de consciência;
- Confusão;
- Vazamento de aneurisma.
Em alguns casos, o aneurisma pode apresentar um pequeno vazamento de sangue. Essa situação geralmente evolui para uma ruptura mais grave. O vazamento pode ocorrer dias ou semanas antes da ruptura completa.


Sintomas de vazamento de Aneurisma Cerebral
Dor de cabeça súbita e extremamente forte, podendo durar de vários dias até duas semanas.
Abaulamento discal

Os discos vertebrais desempenham o papel de almofadas entre os ossos que compõem a coluna vertebral, conhecidos como vértebras. Eles consistem em uma camada externa de cartilagem resistente que envolve uma cartilagem mais macia no centro, lembrando miniaturas de rosquinhas de geleia, perfeitamente dimensionadas para se encaixarem entre as vértebras.
À medida que envelhecemos, os discos intervertebrais mostram sinais de desgaste e se tornam menos flexíveis. Essas alterações podem causar uma protusão da camada externa do disco, semelhante a um hambúrguer que se expande além do pão.
Imagem mostrando o abaulamento discal, em que a camada externa do disco (camada azul) se expande além do limite (linha tracejada).

Hérnia de disco lombar entre L4-L5 (azul), comprimindo o canal medular. Em L5-S1 (verde) há um abaulamento discal.

Hérnia de disco
Um abaulamento discal não afeta necessariamente toda a circunferência do disco, mas geralmente envolve entre um quarto e metade da superfície, sendo apenas a camada externa de cartilagem resistente afetada.
Por outro lado, uma hérnia de disco ocorre quando uma fissura na camada externa permite que parte da cartilagem interna mais macia escape do disco. Nesse caso, apenas a pequena área ao redor da fissura é afetada. Comparado a um abaulamento discal, um disco herniado tem maior probabilidade de causar dor, pois a cartilagem interna que se projeta pode pressionar e irritar as raízes nervosas, provocando inflamação dolorosa. Tanto um abaulamento discal quanto uma hérnia podem ser assintomáticos, sendo frequentemente descobertos apenas através de exames de imagem realizados por outras razões médicas.
Hérnia de disco cervical.

Tumores intracranianos

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Tipos de Tumores
Um tumor do cérebro, ou tumor intracraniano, é uma massa anormal de tecido cerebral que cresce e se multiplica de forma incontrolada, sem passar pelos mecanismos de checagem que mantém as células normais. Existem mais de 150 diferentes tipos de tumor, sendo subdivididos em Primários e Metastáticos.
Os Tumores Primários recebem este nome por iniciarem no cérebro. Eles são divididos em:
Gliais: originados de células chamadas células gliais.
Não-Gliais: decorrentes de estruturas cerebrais como vasos e nervos.
São também divididos em Benignos e Malignos:
Tumores cerebrais benignos: geralmente crescem lentamente.
Tumores cerebrais malignos: tendem a crescer rapidamente.
Além dos tumores primários, existem os tumores metastáticos, que se originam em outras partes do corpo e se espalham para o cérebro. Esses tumores podem surgir nos pulmões, mamas e outros órgãos, chegando ao cérebro principalmente através da corrente sanguínea.
Tumores cerebrais podem variar em tamanho, de bem pequenos a bem grandes.
Alguns tumores são identificados enquanto ainda são pequenos, pois causam sintomas perceptíveis de imediato. Em contrapartida, outros tumores cerebrais podem crescer lentamente e atingir um tamanho considerável antes de serem detectados.
É importante destacar que a atividade das diferentes regiões cerebrais varia. Assim, tumores que se desenvolvem em áreas menos ativas podem não apresentar sintomas imediatos, permitindo que cresçam significativamente antes de serem detectados.
As opções de tratamento para tumores cerebrais dependem do tipo específico do tumor, do tamanho e localização. Cirurgia e radioterapia estão entre os tratamentos mais comuns.
Tipos de Tumores Benignos
1-Meningioma
Meningioma: são os tumores intracranianos benignos mais comuns, embora uma pequena porcentagem possa ser maligna. Esses tumores se originam nas meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinal.

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2- Adenoma Hipofisário
São os tumores mais comuns da hipófise e os tumores intracranianos mais frequentes depois de gliomas, meningiomas e schwannomas. A grande maioria dos adenomas hipofisários são benignos e crescem lentamente. Mesmo os tumores malignos da hipófise raramente se espalham para outras partes do corpo. Os adenomas são, de longe, a doença mais comum que afeta a hipófise, geralmente atingindo pessoas na faixa dos 30 ou 40 anos, embora também possam ser diagnosticados em crianças. A maioria desses tumores pode ser tratada com sucesso.

3- Schwannoma
Se originam ao longo dos nervos, compostos por células que normalmente fornecem o “isolamento elétrico” para as células nervosas. Em vez de invadir o nervo, os schwannomas geralmente deslocam o restante do nervo normal.
Os neuromas acústicos são os schwannomas mais comuns, surgindo do oitavo nervo craniano, ou nervo vestibulococlear, que vai do cérebro ao ouvido. Embora benignos, esses tumores podem causar sérias complicações e até morte se crescerem e exercerem pressão sobre os nervos e, eventualmente, sobre o cérebro.

4-Cordoma
São tumores benignos de crescimento lento, mais comuns em pessoas entre 50 e 60 anos. Eles geralmente se localizam na base do crânio e na porção inferior da coluna vertebral. Embora benignos, esses tumores podem invadir ossos adjacentes e pressionar tecidos neurais próximos. São raros, representando apenas 0,2% de todos os tumores cerebrais primários.
5-Craniofaringioma
São tumores tipicamente benignos, mas difíceis de remover devido à sua localização próxima a estruturas vitais no interior do cérebro. Eles geralmente se originam em uma parte da hipófise, a glândula que regula vários hormônios do corpo, fazendo com que quase todos os pacientes precisem de algum tipo de terapia de reposição hormonal.
Tipos de Tumores Malignos
Gliomas
Gliomas são o tipo mais prevalente de tumor cerebral em adultos, representando 78% dos tumores cerebrais malignos. Eles se originam das células de suporte do cérebro, chamadas de glia. Essas células se subdividem em astrócitos, células ependimárias e células oligodendrogliais.
Os gliomas são divididos em:
1- Astrocitomas: são os gliomas mais comuns, representando cerca de metade de todos os tumores primários do cérebro e da medula espinhal. Embora possam ocorrer em pessoas de todas as idades, são mais frequentes em adultos, especialmente em homens de meia-idade.
2- Ependimomas: originam-se da transformação das células que revestem o sistema ventricular e representam de dois a três por cento de todos os tumores cerebrais.
3- Glioblastoma Multiforme: é o tipo mais invasivo de tumor glial. Esses tumores tendem a crescer rapidamente, se espalhar para outros tecidos e apresentam prognóstico menos favorável.

4- Oligodendroglioma: origina-se de mutações nas células que produzem a mielina, uma capinha de gordura que funciona como um fio isolante dos neurônios.
5- Meduloblastoma: são tumores de alto grau, mas geralmente respondem bem à radioterapia e quimioterapia.
Sintomas
Os sintomas variam de acordo com a localização do tumor cerebral, mas esses sintomas são comuns a diferentes tipos de tumores cerebrais:
- Dores de cabeça que podem ser mais fortes pela manhã ou acordar o paciente à noite;
- Convulsões ou crises epilépticas;
- Dificuldade de raciocínio, falar ou se articular;
- Mudanças de personalidade;
- Fraqueza ou paralisia em uma parte ou lado do corpo;
- Perda de equilíbrio ou tontura;
- Alterações na visão;
- Alterações auditivas;
- Dormência ou formigamento facial;áusea ou vômito, dificuldade para engolir;
- Confusão e desorientação;
- Problemas de fala;
- Fadiga intensa;
- Confusão em tarefas cotidianas;
- Problemas de memória;
- Dificuldade para seguir instruções simples.
- Dificuldade para seguir instruções simples.

1- Tumores na parte frontal do cérebro: Os lobos frontais, localizados na região anterior do cérebro, controlam o pensamento e o movimento. Por isso, um tumor localizado nessa parte do cérebro pode levar a alterações de comportamento, da movimentação e até mesmo do olfato.
2– Tumores na parte central do cérebro: Os lobos parietais situados na região superior e central do cérebro são responsáveis por perceber as sensações. Nesse sentido, o paciente pode apresentar problemas relacionados aos sentidos.
3- Tumores na parte posterior do cérebro: Localizados na região posterior, os lobos occipitais são responsáveis pela visão. Tumores nessa área podem levar à perda de visão.
4- Tumores na parte inferior do cérebro: Situados nas laterais do cérebro, os lobos temporais processam informações de linguagem. Tumores nesta área podem causar problemas na fala e na compreensão. Podem causar também crises convulsivas.
Diagnóstico
As ferramentas de diagnóstico incluem a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM). A Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET scan) pode ajudar a detectar tumores cerebrais recorrentes.
Às vezes, a única forma de diagnosticar um tumor cerebral de maneira definitiva é por meio de uma biópsia. Nesse procedimento, uma pequena amostra do tumor é retirada e enviada ao patologista, que determinará se o tumor é benigno ou maligno e classificá-lo.
Tratamento
Tumores cerebrais (primários ou metastáticos, benignos ou malignos) geralmente são tratados com cirurgia, radiação e/ou quimioterapia, isoladamente ou em várias combinações. Cada tipo de terapia tem seus riscos e efeitos colaterais.
Hérnia de disco

Uma hérnia de disco é um problema que afeta os discos vertebrais, as “almofadas” situadas entre vértebras, os ossos que formam a coluna.
Um disco da coluna possui um centro macio e gelatinoso chamado núcleo, que é envolvido por um anel fibroso mais resistente e elástico. A hérnia de disco ocorre quando uma parte desse núcleo gelatinoso rompe a barreira do anel fibroso e se exterioriza.

A hérnia de disco pode ocorrer em qualquer parte da coluna, mas é mais comum na região inferior das costas. Dependendo da localização do disco herniado, pode causar dor, dormência ou fraqueza em um braço ou uma perna.
Um disco herniado frequentemente não causa sintomas. Para aqueles que apresentam sintomas, estes tendem a melhorar com o tempo. Normalmente, não é necessário realizar cirurgia para aliviar o problema.
Causas
A hérnia de disco geralmente ocorre devido a um desgaste gradual e relacionado à idade, conhecido como degeneração do disco. Com o envelhecimento, os discos perdem flexibilidade e se tornam mais suscetíveis a rasgos ou rupturas, mesmo com pequenas tensões ou torções.
Muitas pessoas não conseguem identificar exatamente o que causou sua hérnia de disco. Em alguns casos, o uso inadequado dos músculos das costas em vez dos músculos das pernas e coxas para levantar objetos pesados pode resultar em uma hérnia de disco.
Além disso, movimentos de torção e giro ao levantar também podem ser responsáveis por essa condição. Raramente, um evento traumático, como uma queda ou um impacto nas costas, é a causa da hérnia de disco.
Fatores de risco
Sobrepeso: O excesso de peso corporal causa estresse extra nos discos situados na parte inferior das costas.

Ocupação: Pessoas com trabalhos fisicamente exigentes têm maior risco de desenvolver hérnia de disco. Movimentos repetitivos como levantamento, puxar, empurrar, inclinar-se lateralmente e torcer o corpo, também podem aumentar o risco de uma hérnia de disco.
Fatores Genéticos: Algumas pessoas herdam uma predisposição genética para desenvolver uma hérnia de disco.
Tabagismo: Fumar pode diminuir o suprimento de oxigênio para os discos, contribuindo para que se desgastem mais rapidamente.

Direção frequente: Permanecer sentado por longos períodos, combinado com a vibração do motor de um veículo, pode pressionar a coluna vertebral.
Sedentarismo: A prática regular de exercício pode ajudar na prevenção de uma hérnia de disco.
Sintomas
A maioria das hérnias de disco acontece na coluna lombar, a parte mais inferior das costas, mas também podem ocorrer no pescoço. Os sintomas dependem da localização do disco herniado e se está pressionando um nervo.

Dor no braço ou na perna
Quando a hérnia está situada na coluna lombar, a dor geralmente acomete as nádegas, coxa e panturrilha. O paciente também pode sentir dor em parte do pé.
A hérnia de disco no pescoço, os sintomas mais comuns são dor no ombro e no braço. Essa dor pode caminhar, ou irradiar, para o braço ou perna ao tossir, espirrar ou se mover para certas posições. A dor é frequentemente descrita como aguda ou ardente.

Dormência ou formigamento
Um sintoma frequente é a dormência ou formigamento irradiando na parte do corpo que é conectada aos nervos afetados comprimidos pela hérnia de disco.
Fraqueza
Outro sintoma decorrente da compressão dos nervos é a fraqueza muscular, que pode levar a quedas, redução da mobilidade e da capacidade de segurar e levantar objetos.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio da análise dos sintomas e do exame clínico, complementado pelos seguintes exames de imagem:
Radiografia: embora a radiografia não detecte discos herniados, ela pode excluir outras causas de dor nas costas, como infecções, tumores, problemas de alinhamento da coluna ou fraturas ósseas.
Tomografia computadorizada (TC): A tomografia emite uma série de raios-X de diferentes ângulos, criando imagens transversais detalhadas da coluna vertebral e das estruturas ao redor. Isso permite visualizar claramente as alterações causadas pela hérnia.
Ressonância magnética (RM): Utiliza ondas de rádio e um campo magnético forte para criar imagens detalhadas das estruturas internas do corpo. Este exame é eficaz para confirmar a localização do disco herniado e identificar quais nervos estão sendo afetados.
Tratamento
O tratamento conservador inclui evitar atividades que tenham movimentos que causam dor e o uso de medicamentos analgésicos. Na maioria das pessoas, esse tratamento alivia os sintomas em poucos dias ou semanas.
A cirurgia pode ser feita quando o tratamento medicamentoso não surte efeitos após seis semanas. A cirurgia pode ser uma opção, especialmente se o paciente continuar a apresentar os seguintes sintomas:
- Dor mal controlada;
- Dormência ou fraqueza;
- Dificuldade para ficar em pé ou andar;
- Perda de controle da bexiga ou do intestino.
Em quase todos os casos, a cirurgia envolve a remoção apenas da parte protuberante do disco. Raramente, é necessário remover todo o disco. Caso seja necessário a remoção de todo o disco, as vértebras podem ser fundidas com um enxerto ósseo.
Tumores hipofisiários

A hipófise, um pequeno órgão do tamanho de uma ervilha, está localizada na base do cérebro, logo atrás do nariz. Os tumores que se desenvolvem nessa região podem causar um aumento ou diminuição na produção de hormônios, impactando diversas funções vitais do corpo.
A maioria desses tumores é benigna e é conhecida como adenoma hipofisário. Geralmente, os adenomas são confinados à própria glândula hipofisária ou aos tecidos adjacentes, apresentam crescimento lento e raramente se disseminam para outras partes do corpo.
Tipos Funcionantes
Estes tipos são produtores de hormônios. Assim sendo, sua sintomatologia depende do tipo de hormônio que produzem.
Hormônio adrenocorticotrófico
Este hormônio é também conhecido como ACTH, e os tumores associados a ele frequentemente recebem o nome de adenomas corticotróficos. O ACTH promove o aumento dos níveis de cortisol, e uma produção excessiva deste hormônio pode levar ao desenvolvimento da doença de Cushing. Os sintomas dessa condição incluem:
- Aumento de peso e acúmulo de gordura na região abdominal e na parte superior das costas.
- Rosto mais redondo.
- Presença de estrias na pele.
- Pele fina e suscetível a ferimentos.
- Redução da massa muscular nos braços e pernas, acompanhada de fraqueza.
- Aumento da quantidade e espessura dos pelos corporais.
- Retardamento no processo de cicatrização.
- Escurecimento de áreas da pele.
- Surgimento de acne.
- Irregularidades no ciclo menstrual.
- Distúrbios sexuais, incluindo dificuldades de ereção e redução do interesse sexual.
Hormônio do crescimento
Esses tumores são denominados adenomas somatotróficos. O aumento na produção do hormônio do crescimento resulta em acromegalia, uma condição que pode manifestar-se com os seguintes sintomas:
- Mudanças nas características faciais, como aumento dos lábios, nariz e língua; alongamento da mandíbula inferior; e distanciamento entre os dentes.
- Aumento no tamanho das mãos e pés.
- Espessamento da pele.
- Intensificação da sudorese e do odor corporal.
- Dor articular.
- Aprofundamento da voz.
Em crianças e adolescentes, o excesso do hormônio do crescimento pode acarretar um crescimento acelerado ou excessivo, condição conhecida como gigantismo.
Hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH)
Os tumores hipofisários que produzem hormônios gonadotrópicos são conhecidos como adenomas gonadotróficos. É raro que esses adenomas produzam hormônios em excesso que causem sintomas evidentes. Geralmente, os sintomas associados a esses tumores derivam da pressão exercida pelo crescimento do tumor. Quando ocorrem sintomas devido ao excesso dos hormônios LH e FSH, eles manifestam-se de forma distinta em homens e mulheres.
Em mulheres, os sintomas podem incluir:
- Irregularidades nos ciclos menstruais.
- Dificuldades de fertilidade.
- Aumento e dor nos ovários, resultado da síndrome de hiperestimulação ovariana.
Em homens, os sintomas podem abranger:
- Aumento do tamanho dos testículos.
- Elevação nos níveis de testosterona.
Prolactina
Esses tumores são chamados de prolactinomas ou adenomas lactotrofos. O excesso de prolactina afeta homens e mulheres de maneira diferente.
Nas mulheres, o excesso de prolactina pode causar:
- Ciclos menstruais irregulares.
- Ausência de ciclos menstruais.
- Secreção leitosa dos seios.
- Sensibilidade nos seios.
- Problemas de fertilidade.
- Menor interesse sexual.
Nos homens, o excesso de prolactina pode causar uma condição chamada hipogonadismo masculino. Os sintomas podem incluir:
- Problemas de ereção.
- Menor interesse sexual.
- Crescimento das mamas.
- Problemas de fertilidade.
- Menos pelos corporais e faciais.
Hormônio Estimulante da Tireoide
Estes tumores são conhecidos como adenomas tireotrofos. Eles induzem a glândula tireoide a produzir excessivamente o hormônio tiroxina, também referido como T4, resultando em hipertireoidismo. Os sintomas incluem:
- Redução de peso.
- Aceleração ou irregularidade dos batimentos cardíacos.
- Sensações de nervosismo, ansiedade ou irritabilidade.
- Aumento da frequência de movimentos intestinais.
- Intensa transpiração.
- Tremores.
- Dificuldades para dormir.
Não funcionantes
Esses adenomas são caracterizados por não produzirem hormônios. No entanto, os sintomas associados são resultantes da pressão exercida pelo seu crescimento sobre a glândula hipófise, nervos adjacentes e estruturas cerebrais. Macroadenomas, em particular, podem comprimir a hipófise, nervos, o cérebro e outras áreas próximas, causando sintomas como:
- Dores de cabeça intensas.
- Problemas visuais devido à compressão do nervo óptico, incluindo perda da visão periférica e visão dupla.
- Dor facial, que pode se estender aos seios da face ou ouvidos.álpebra caída.
- Convulsões.
- Náusea e vômito.
Diagnóstico
Frequentemente, tumores hipofisários passam despercebidos ou não são detectados até que exames de imagem sejam realizados por outras razões. Os métodos comuns de detecção incluem a ressonância magnética (RM) e a tomografia computadorizada (TC). Outros exames também são fundamentais no diagnóstico:
Exames de Sangue: Podem identificar desequilíbrios hormonais, sendo que níveis anormalmente altos ou baixos de certos hormônios podem indicar a presença de um adenoma hipofisário.
Exames de Urina: Úteis para detectar excesso do hormônio ACTH, indicando potencialmente um adenoma hipofisário.
Ressonância Magnética: Essencial para visualizar a presença, localização e tamanho de um tumor hipofisário.

Tomografia Computadorizada: Importante para o planejamento cirúrgico ao oferecer imagens detalhadas da estrutura óssea e dos tecidos moles.

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Teste de Visão: Um adenoma hipofisário pode comprimir estruturas visuais, afetando principalmente a visão lateral, também conhecida como visão periférica.

Tratamento de Adenomas Hipofisários
Abordagem Geral:
Muitos adenomas hipofisários não requerem tratamento imediato. Se assintomáticos, a observação ao longo do tempo pode ser suficiente. Quando o tratamento se faz necessário, ele varia conforme o tipo de tumor, tamanho, localização e evolução.
Opções de Tratamento:
Cirurgia

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A cirurgia é recomendada se o adenoma comprimir estruturas críticas, como os nervos ópticos, ou alterar significativamente os níveis hormonais. As técnicas incluem:
Cirurgia Endoscópica Endonasal: Procedimento comum que remove o tumor através do nariz, sem cortes externos, minimizando cicatrizes.
Cirurgia Transcraniana: Usada para remover macroadenomas maiores ou tumores que se estendem além da hipófise.
Riscos associados incluem sangramento, infecção, reações anestésicas, dor de cabeça, congestão nasal, lesão cerebral, alterações visuais e danos à hipófise.
Radioterapia: Utilizada pós-cirurgia ou quando a cirurgia não é viável. Ajuda a controlar o crescimento do tumor ou cessar a produção hormonal excessiva.

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Medicação: Efetiva na redução da produção hormonal do tumor. Para prolactina: Cabergolina ou Bromocriptina. Para ACTH: Cetoconazol.
Para hormônio do crescimento: Análogos da somatostatina, que podem também reduzir o tamanho do tumor.
Terapia de Reposição Hormonal: Essencial se o tratamento impactar as funções reguladas pela hipófise, como crescimento, metabolismo ou reprodução.
Observação:
Em casos sem sintomas urgentes, opta-se por uma vigilância regular através de exames para monitorar qualquer mudança no tumor ou nos níveis hormonais.
Esta abordagem cuidadosa permite a personalização do tratamento de acordo com a progressão e os sintomas do adenoma hipofisário.
Hidrocefalia

A hidrocefalia é definida pelo acúmulo excessivo de líquido nas cavidades profundas do cérebro, conhecidas como ventrículos. Essa condição geralmente ocorre devido a um bloqueio que impede a drenagem e reabsorção adequadas do líquido cefalorraquidiano. Outras causas incluem a reabsorção ineficiente do líquido e, mais raramente, um aumento na sua produção.
Esse acúmulo de líquido expande os ventrículos, exercendo pressão sobre o cérebro, o que pode danificar o tecido cerebral e causar uma variedade de sintomas que afetam a função cerebral.
A hidrocefalia pode manifestar-se em qualquer fase da vida, embora seja mais frequente em bebês e em adultos acima dos 60 anos. Tratamentos, especialmente cirúrgicos, estão disponíveis para restaurar e manter níveis normais de líquido cefalorraquidiano, contribuindo para a saúde cerebral.
Em recém-nascidos, a hidrocefalia pode ser uma condição congênita, estando presente antes mesmo do nascimento, ou pode desenvolver-se pouco após o parto. Existem várias causas para a ocorrência de hidrocefalia em recém-nascidos:
- Anomalias no desenvolvimento do sistema nervoso central que resultam no bloqueio do fluxo do líquido cefalorraquidiano.
- Sangramentos dentro dos ventrículos, que podem ser uma complicação decorrente da prematuridade.
- Infecções uterinas durante a gravidez, como rubéola ou sífilis, que podem causar inflamação no tecido cerebral do feto.
Além disso, há outros fatores que podem induzir a hidrocefalia em pessoas de qualquer idade, incluindo:
- Tumores no cérebro ou na medula espinhal.
- Infecções do sistema nervoso central, como meningite bacteriana ou caxumba.
- Hemorragias cerebrais resultantes de AVC ou traumatismo craniano.
- Traumas cranianos adicionais.
Complicações:
Sem tratamento adequado, a hidrocefalia tende a piorar, levando a complicações significativas como dificuldades de aprendizagem e atraso no desenvolvimento físico e neurológico. Em casos graves e não tratados, a condição pode ser fatal. No entanto, quando a hidrocefalia é leve e tratada de forma eficaz, as complicações sérias são geralmente raras ou inexistentes.
Sintomas por Faixa Etária:
Bebês:
- Cabeça anormalmente grande ou crescimento rápido da circunferência.
- Moleira estufada e tensa.
- Náusea e vômito.
- Sonolência ou letargia.
- Irritabilidade.
- Dificuldades alimentares.
- Convulsões.
- Olhos fixos para baixo (sinal de pôr do sol).
- Fraqueza muscular.
Crianças Maiores e em Idade Escolar:
- Dores de cabeça.
- Visão embaçada ou dupla.
- Movimentos oculares anormais.
- Crescimento excessivo da cabeça.
- Sonolência ou letargia.
- Náusea e vômito.
- Problemas de equilíbrio e coordenação.
- Perda de apetite.
- Incontinência urinária.
- Irritabilidade.
- Alterações de personalidade.
- Baixo desempenho escolar.
- Retardo no desenvolvimento de habilidades motoras ou de fala.
Adultos Jovens e de Meia-Idade:
- Dores de cabeça.
- Letargia.
- Perda de coordenação ou equilíbrio.
- Incontinência urinária ou micção frequente.
- Problemas de visão.
- Declínio das habilidades cognitivas como memória e concentração, afetando o desempenho profissional.
Idosos:
- Incontinência urinária ou micção frequente.
- Perda de memória.
- Deterioração cognitiva ou de raciocínio.
- Dificuldades para caminhar, frequentemente com arrastar de pés.
- Falta de coordenação ou equilíbrio.

Esses sintomas refletem o impacto variável da hidrocefalia em diferentes estágios da vida, sublinhando a necessidade de diagnóstico precoce e gestão cuidadosa da condição.
Diagnóstico da Hidrocefalia
O diagnóstico da hidrocefalia baseia-se em uma combinação de avaliações, incluindo:
Sintomas relatados pelo paciente: Observação de sinais e sintomas específicos relatados.
Exame físico geral: Avaliação física abrangente.
Exame neurológico: Testes específicos para avaliar a função e integridade do sistema nervoso.
Exames de imagem do cérebro: Ferramentas essenciais para visualizar a extensão da hidrocefalia e identificar possíveis causas.
Principais Exames de Imagem
Ultrassom: Comumente utilizado em bebês, este exame é realizado através da fontanela para detectar a hidrocefalia de maneira rápida e segura. Também pode ser usado no pré-natal para identificar a condição antes do nascimento.
Ressonância Magnética (RM): Fornece imagens detalhadas que não só confirmam a presença de hidrocefalia como ajudam a elucidar suas causas e outras condições relacionadas.
Tomografia Computadorizada (TC): Oferece uma alternativa mais rápida e econômica à ressonância magnética, embora com menos detalhes.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4a/CT_of_Evan%27s_index.jpg
Tratamento da Hidrocefalia
O tratamento principal para a hidrocefalia envolve a instalação de um sistema de drenagem artificial, conhecido como derivação. Esse sistema inclui:
Derivação Ventricular: Um tubo longo e flexível é implantado no ventrículo cerebral e conectado a uma válvula fora do crânio. Esta válvula regula o fluxo do líquido cefalorraquidiano, direcionando-o para a cavidade abdominal ou cardíaca, facilitando a absorção do excesso de líquido.
Dor na Articulação Facetária

1 (2). DOI:10.15347/wjm/2014.010. ISSN 2002-4436.
As articulações facetárias são pequenas articulações localizadas na parte externa da coluna que agem como estabilizadores. Essas articulações podem desenvolver artrite, causando dor nas costas e no pescoço. As articulações facetárias dolorosas são responsáveis por até 30% das dores nas costas e no pescoço, chegando a ser as causas de 60% das dores nas costas em pessoas mais idosas.
A dor facetária é geralmente latejante, podendo a dor nas costas irradiar para as nádegas e coxas, enquanto a dor no pescoço para os ombros e braços. A dor tende a piorar com a atividade e melhorar à noite.

Dr. Matheus Bannach – Neurocirurgião
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